domingo, 10 de maio de 2009

over!

você assiste america's got talent e vê um cara avaliando talentos. ok, ele deve ter algum talento também, dado que avalia performances. esse cara, eventualmente, se chama david hasselhoff. aí você para pra pensar que ter feito baywatch não é o bastante para a carreira de uma pessoa.



para ser over ao osso, ela precisa de uma foto assim:



e de uma incursão pelo mercado fonográfico. com vocês, o hit "du". mais uma daquelas provas de que o que é over pode fazer sucesso.




(dedicado à gabi, por me apresentar a peça, e ao rafa, por ajudar no embed que esse computador de bosta não queria fazer.)


- por george frança.

bitch de carteirinha


lurdí jipão (que deve ter um belo capô de fusca) inspira a pensar não só a aposentadoria da profissional do "séquisso". os lugares que a rapariga de 40 anos de profissão frequenta são inspiradores. quem não sonha com ir ao cabaret de um FRANCISQUINHO VIADO (que potencialmente se apresenta como tal) ou de uma CHICA DE BIRRO (penso aqui em um amigo que chama a neca de "birro", o que me leva a pensar que chica pode ser travesti, ou "homem de tromba", como diziam meus alunos)?

(dedicado à cláudia carvalho, que enviou a imagem.)

- por george frança.

cleópatra

estendida no divã, a maquiagem a marcar obliquamente o olho preto, e não pardo, liz taylor perfila e suspende a mão. faz a egípcia. a palmeira que a abana, plástica, e o eunuco sem castração poderiam ser o triunfo da vontade por sob tanta luz. não sabia que o egito de andaimes em que se postava poderia ser tão iluminado. do escuro do meio das almofadas, puxa seu derradeiro cigarro. luxor, longo e fino. a peruca por sobre as sombrancelhas milimetricamente dissolvidas já passava a perturbar o siso. o velho ou o novo? matara um, mataria outro. a cobra ao cesto, procurando pelo próprio rabo, parecia sondar. não tinha guizos, nem pulseiras, apenas o busto lhe cairia tão bem quanto a uma mulher com os cabelos levantados. psicologismos (experimentais ou não) não valem para as cobras. uma voz fanhosa de cantor de rádio se fazia ouvir entre a fumaça dos intervalos. repito o gesto de quem um dia as abandonou.

- por george frança.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

na noite
nua
escrevo
sem pauta-
puta-
sem pudor
e sem
sensor-
trabalho
com margens
feitas
de sarjetas
em esquinas
transviadas-
viadas-
dadas
à vida
marginal
que começa
-sempre-
no ser
bitch-



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renata gomes

domingo, 3 de maio de 2009

Intelectuais

desterrados
em algum ponto entre NY e Paris
talvez em algum recanto do terceiro mundo
economias desenvolvidas em esquinas
de saias curtas
ou fazendo compras nos shoppings
- sex shop -
cheios de si
interessantíssimos
intelectuais
artistas
putas
over
over futile
com fortes tendências
a esperar demais
pela satisfação do último cliente.

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Ev. Brèal.