estendida no divã, a maquiagem a marcar obliquamente o olho preto, e não pardo, liz taylor perfila e suspende a mão. faz a egípcia. a palmeira que a abana, plástica, e o eunuco sem castração poderiam ser o triunfo da vontade por sob tanta luz. não sabia que o egito de andaimes em que se postava poderia ser tão iluminado. do escuro do meio das almofadas, puxa seu derradeiro cigarro. luxor, longo e fino. a peruca por sobre as sombrancelhas milimetricamente dissolvidas já passava a perturbar o siso. o velho ou o novo? matara um, mataria outro. a cobra ao cesto, procurando pelo próprio rabo, parecia sondar. não tinha guizos, nem pulseiras, apenas o busto lhe cairia tão bem quanto a uma mulher com os cabelos levantados. psicologismos (experimentais ou não) não valem para as cobras. uma voz fanhosa de cantor de rádio se fazia ouvir entre a fumaça dos intervalos. repito o gesto de quem um dia as abandonou.
- por george frança.
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