quinta-feira, 23 de abril de 2009

Escola de Mulheres

amores, nada de Moliére por aqui. não ainda. entre rímel e pós. muitos pós. coloridos oriundos dos alfarrábios velhos, pouca coisa resta - relembro a nobreza das marafonas e prostitutas: Babilônia. babando colônia não sei deixo as coxas aqui ou a ali, lanço mão deste nobreza inútil de terceiro mundo, respiro, ofego, me queixo coçando o queixo numa atitude de quem diz ai e esconde debaixo das unhas as palavras silenciadas. não, não uso soutien. movimento que conheço é apenas aquele santo: ascender sempre ao céus, com sua mão sobedescendo pelo longo das espáduas. tão literário....
nada de ser nobre no terceiro mundo. quarta dimensão. dedo fincado no fundo do olho no raso do espelho como uma lambida no bico do peito desconhecido. uma mordida como complemento.
não gosto de ser marginal, acho tão sem classe. over. demodé. procuro o vinho, agora quente. não sei. talvez um folhetim burguês lamurioso jogado à porta e esquecido desde o século XVIII. definitivamente, odeio vinícius. verdadeiramente, minha maquiagem definitiva como insígnia deste sangue que digo e repito e insisto e não mostro. hora de missa. hora de perverter o confessionário: eu sei que o que conto faz o padreco me desejar ainda mais, mas é bom isso que é bom... e desfio meu cruz-credo de rosário de mil-e-uma-noites tão bem acordadas que eu faço dele ali atrás da malha, diante de mim, assim no segredo, sei que ele sabe que jogo mas assim como eu-você jogar é o bastante, não?
deixo a coroa, o coroa, lavo a cara. hora de um pouco de make-up ao nu. luz de inverno. uso das coxas e deliro na paixão de cristo.
encerro por aqui e passo o pau.

over over.

- por Evandro Brèal.

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